quinta-feira, 11 de março de 2010

Nostalgia Ilimitada.

Confesso que adoro o novo, mas sou apaixonada pelo antigo. O novo é meu amante das horas vagas, com suas cores neon, seus cortes geômetricos, seu jeito de tirar sarro de tudo e sua liberdade exacerbada. O antigo é meu marido amado de longa data, de renda amarelada, veludo cheirando a bolor, e madeira carunchada. O moço de terno branco e chápeu virado, de rosas vermelhas, de bolero e valsa. O novo é do calça apertada, da blusa larga, do corpo tatuado, e com uma vontade de ser independente de algo que ele mesmo não sabe. O antigo é porcelana russa, é chã com bolinhos, espatilho, anágua. O novo é descolorido, picado, colorido, rasgado, furado, tatuado, desfiado, repicado. O antigo sair com meu Cadillac para uma festa de arromba. Novo é sair em uma Pick-Up PussyWagon killing bill por ae.
O antigo e eu, nascemos em épocas erradas, duas almas gêmeas separadas por séculos, anos, meses, horas, minutos, segundos. E nesse meu paraiso nostalgico, eu espero em uma torre vigiada por dragões, o meu antigo chegar em seu cavalo branco, com armadura prateada.

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