sexta-feira, 10 de junho de 2011

Crise Existencial: Petecas, Leite Derramado e Amélie


“Morrer é fácil, viver é que é complicado” comentou uma amiga minha há algum tempo atrás, e na época eu concordei. Posso dizer com todas as letras que da “morte” não tenho medo, ou pelo menos acho que não. No entanto, não há coisa que me toque mais do alguém que arrancou a própria vida, por mais dolorosa que essa fosse. Por isso a resenha de “As Virgens suicidas” feita pela talentosíssima Anna Vitória, mexeu tanto comigo.
O ato do suicido em si não me atormenta, mas sim o que leva uma pessoa a tirar a própria vida. Posso dizer que aqui em minha cidade tive muito contato com isso, já vi de mães de família a jovens menores de idade optarem por abdicar ao direito da vida. O mais estranho, é que a maioria dessas pessoas era aparentemente... Normal.
É aí que entra a “Crise Existencial”. Muitas vezes cheguei a me perguntar “qual é o meu papel nesse mundo?” e não obtive resposta, entrando em desespero. Agora me pergunto: Quem inventou essa história de que precisamos de uma super meta pra dar sentido à vida?!
Não quero dar uma de Liliane Prata, ou desdenhar de Platão ou Sócrates que dedicaram sua vida a descobrir o significado da existência humana. No entanto se uma simples vestibulana cheia de hormônios como eu, se dedicar exclusivamente a analisar sua vida, ela simplesmente para de vivê-la. E creio que isso pode acontecer com qualquer pessoa.
Em minha opinião, uma pessoa só procura um motivo pra sua vida quando perde a vontade de vivê-la. E talvez isso a leve ao suicídio, já que viver simplesmente pelo prazer de viver já é um bom motivo. Não desmerecendo responsabilidades, sonhos e objetivos, já que é saudável tê-los. Só que há uma probabilidade de que você não realize tal sonho, ou não alcance tal objetivo. E a falta dessa motivação pode levar uma pessoa a cortar os próprios pulsos.
Então quando sua peteca cair, recolha-a, a sacuda para espantar a poeira e pare de chorar pelo leite derramado. Ao entrar no supermercado em busca de uma nova caixinha de leite, você pode encontrar o amor da sua vida, um olheiro que a ache incrível ou uma maleta com um milhão de dólares dentro. E se nada disso acontecer, você pode comprar um pudim e quebrar o creme brulée com uma colherzinha.

7 comentários:

  1. Concordo com você, quando queremos felicidade é quando estamos tristes!

    http://dezesseisamargos.blogspot.com/

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  2. A falta de horizontes provoca o suicidio. Muito triste, dá uma sensação de aperto no coração terrível pensar nisso.

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  3. Ah, eu comprei esse livro e estou doida para lê-lo mas vou esperar as férias chegarem. E você falou tudo, Bea, "uma pessoa só procura um motivo pra sua vida quando perde a vontade de vivê-la."

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  4. A alguns dias morreu uma conhecida minha, na verdade, ela se matou, bebeu ácido muriático e morreu.
    Apesar de conhece-la bem pouco, eu fiquei chocada quando recebi a notícia, afinal, ela era como você disse, uma pessoal normal. Tinha lá os seus problemas, mas nada que fizesse alguém acreditar que ela realmente seria capaz de se matar. E é por isso que eu me pergunto: será que existe algum motivo suficiente pra fazer alguém querer perder a própria vida?

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  5. Eu acho que as pessoas não valorizam a vida como deveria ser valorizada.Quero dizer, a vida não tem uma explicação sensata tem?Não precisa ficar se perguntando porque eu existo,porque nós existimos ou etc.Acho que o nosso DEVER é só viver como se fosse o último dia de nossas vidas, e talves - isso nem é uma certeza - descubramos o motivo de estar aqui :)
    Mas quem liga,afinal?

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  7. Uma pena que as pessoas desistem tão fácil da vida. Lógico que não quero viver para sempre, morrer faz parte, mas tudo tem seu tempo. E viver é tão bom! E como diz a música "é bonita, é bonita e é bonita".

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