sábado, 14 de abril de 2012

O Fenômeno Monroe

Desde criança, a menção do nome Marilyn Monroe é por mim associada a duas imagens: A primeira trata-se do vestido rosa choque com luvas do mesmo tom, usados por uma moça coberta de diamantes; a segunda é a obra de Andy Warhol, onde a atriz aparece em cores vivas e contrastantes o suficiente para impressionar meu subconsciente infantil, e se perpetuar em minha memória. Não poderia resenhar “Sete dias com Marilyn” sem citar tais estigmas quebrados ao decorrer do filme, que terminei com a certeza de que não enxergaria a atriz como outrora.

Marilyn Monroe é atemporal, despertando ao longo dos anos cada vez mais curiosidade, mesmo e principalmente, depois de sua misteriosa morte. Referencial da época de ouro do cinema Hollywoodiano e adotada como padrão de beleza de uma década, a comoção que causava é mostrada logo nos primeiros minutos do filme. Não poderia ser diferente, visto que o enredo se passa justamente na ascensão de Marilyn ao cinema mundial, quando, considerada mulher mais poderosa do mundo, buscava adaptar-se ao assédio e pressão decorrentes de um sucesso explosivo.

Inconstante, Marilyn oscila de uma felicidade extrema a momentos de profunda depressão. Longe das lentes, sua autoconfiança dava lugar à insegurança em relação ao seu desempenho como atriz. Insegurança esta, intensificada pelo rótulo de “símbolo sexual” que carregava, e por um método de atuação oposto ao que trabalhava e com o qual não se identificava. Mesmo dotada de um talento nato, mostrava-se incompatível com as exigências do intolerante diretor e ator – Laurence Oliver, que esperava contracenar com a “diva” do cinema norte-americano.

O fascínio exercido por ela, no entanto, não foi abalado pela fragilidade e timidez contrárias aos pré-conceitos que a definiam. Mesmo indisposta a maior parte do tempo, principalmente pelo efeito de calmantes, Marilyn colecionava admiradores. O mais relevante neste caso seria Colin Clark, dono das memórias adaptadas para o roteiro deste filme.

Nesse breve romance, Marilyn adquire tal apego e confiança no rapaz para mostrar-se carente e debilitada, consequencias de sua exposição, de casamentos infortúnios e um passado carente de base familiar, o quais pode-se relacionar com a origem de sua instabilidade emocional. Embora as exigências do sucesso a desgastassem, era quando entregava-se a seus personagens e vestia a mulher fatal formulada pela mídia em suas aparições públicas, contraditóriamente, os momentos que sentia-se completa e feliz. Tinha com a fama uma relação de amor, ódio e necessidade, e a glória que a elevava era a mesma que a enlouquecia.

Embora ainda considere Scarlet Johansson extremamente parecida com Monroe, após o filme, compreendi perfeitamente a escolha de Michelle Williams e a indicação ao Oscar que esta recebeu por seu desempenho. Não haveria outra atriz mais digna de protagonizar este filme, pois Williams se entregou a esta interpretação como a própria Marilyn o faria: Tornando impossível separar o ator de seu personagem.

6 comentários:

  1. Adorei!! para mim ela sempre foi uma diva mal compreendida.

    Segue meu blog, acho que vai gostar:
    www.vanessapollon.blogspot.com

    ;)

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  2. Toda fama, sucesso, status e coisas do tipo acabam provocando pressão demais, expectativas etc, e como isso não criaria toda essa instabilidade emocional, eu não sei. É Marilyn Monroe, acho que "extremo" e "intenso" podem definir muito bem tudo o que rodeava essa mulher, tudo o que ela era, ou o que tinha de ser.
    Outro dia, quando fui à Bienal do livro, achei um sobre ela e fiquei encantada com a narrativa, quis levá-lo pra casa não só por isso, mas porque também tinha um grande interesse na história de Marilyn, mas acabei deixando pra levá-lo em outra oportunidade, que até agora não me deu as caras. O livro era incrível, Bea, sério, o tipo de narrativa que te faz ver toda e qualquer cena passar diante da sua mente, com uma clareza maravilhosa, enfim.
    Assisti ao trailer e fiquei com muita vontade de ver o filme, Michelle Williams deve tê-la interpretado muito bem. Ótimo texto, Bea!

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  3. Só uma perguntinha: Emma Watson participou desse filme?? Se eu não me engano ela participou, mas não tenho certeza.
    Vi um post em algum blog sobre esse filme, não lembro qual, e fiquei com um pouquinho de vontade de assisti-lo, mas nunca fui muito fã de Marilyn e pra falar a verdade não sei nada sobre ela e sobre os seus talentos. Talvez assista um dia, por acaso, não sei.

    PS: Só elogio quem merece. BJS

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  4. Olá Beatriz !
    Ótimo post, já estava louca pra ver o filme depois de ler seu texto fiquei mais ansiosa ainda, haha'

    Beijo, Ana Flávia M.
    @AnaMedeiros_
    http://mariapano.blogspot.com/

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  5. pra te ser bem honesta, nunca assisti nenhum filme da Monroe. portanto,pra mim, ela não significa muita coisa '-'
    claro, era belíssima. mas,só. e quero assistir esse filme
    Emilie Escreve

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  6. Realmente Sete Dias com Marilyn é fantástico. Maravilhoso.
    Bia, tem MEME para você lá no blog.
    http://itgirl-sweet.blogspot.com.br/2012/04/4-coisas-que-todo-mundo-gosta-menos-eu.html

    Beeijos :)

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