Giravam como aleluias na lâmpada os últimos vestígios de seu timbre rasgado em meu subconsciente. Eu não os queria esquecer, mas não tardo a ouvi-lo outra vez, só que ao vivo.
Enquanto, me divirto em relembrá-lo.
- Quer? - custosamente ofereceu-me um de seus últimos cigarros, últimos do segundo maço que torrara. Mas, dispersa demais estava eu, para aceitar ou até mesmo ouvir o convite, que impaciente, sem pestanejar, ele os levou aos lábios tragando vorazmente.
- Sabe Dam... - disse afugentando o frio, escondendo-me na curva de seu pescoço. Tinha um cheiro diferente dos outros. Difícil seria descrevê-lo com riqueza, agora que distante me parece tão vago. Ou eu vá precisar de mais encarnações...
Quantas vidas tem mesmo um gato?
- Sei que você para no meio da frase pra pensar no que vai falar e acaba esquecendo que vai falar... - suas palavras saiam emboladas, ora pelo conhaque outra pelo cachecol que cobria metade da cara.
- Eu gosto mais do cheiro do que do cigarro em si.
- E as vezes não escuta o que eu falo... - emburrou. E em cada trago, um pedacinho de fumaça fluía até a luz da lâmpada amarela. Típica noite de inverno chuvosa. Cru, sem luz nem estrelas.
Por quê eu Louise ?
- Por quê não você ? - respondi ainda encolhida em seus braços. O fato era na verdade que daquela indagação, não sabia a resposta. Talvez seja por me envolver
Decifra-me ou devoro-te
- Por que eu Dam? - com essa peguei-o de surpresa. Depois de um breve momento de reflexão, beijou-me nos lábios e nos levantamos da calçada.
- Venha, vamos para casa.
- A minha ou a sua ?
Talvez seja sua gargalhada, e como ela é rara de se ouvir.
Eu prefiro o cheiro, do que o cigarro e.e
ResponderExcluirlembrança de cada gesto, cheiro , um enigma , como o da esfinge então . MAGNIFIQUE ;*
ResponderExcluirlinda
sempre lindo aqui (:
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