quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Emma Feelings

Vamos chamar de Z. uma das pessoas mais inteligentes que conheço. Como ela não é muito íntima e bem tímida, achei mais ético preservar sua identidade Natural de pessoas inteligentes, Z. fala pouco e é cheia de frases de efeito e twetts filósoficos. Em um desses momentos filosóficos, ela questiona se a 'felicidade plena' é o encontro da 'realidade' com nossas fantasias utópicas, pensamento que não consegui desassociar a protagonista de 'Madame Bovary' ao decorrer de minha leitura.

Emma, uma jovem mulher do séc. VIII , fadada assim como todas as outras, a abdicar suas vontades para seguir os rigorosos padrões morais da época. Encontra refúgio em delírios burgueses, fantasiosos e até certo ponto infantis. Emma é puro drama.

No entanto, essa personalidade maliciosa e dramática de Madame, se expressa por extravagâncias que beiram ao ridículo, e a graça do livro gira justamente em torno de seus caprichos.

Emma é frustrada com o casamento pacato, com a vida sem aventuras ou grandes paixões. Educada a base de romance, busca saciar seu vazio interior imitando as heorinas romanticas que, fracassadas ou não, são para ela um exemplo de vitória.

Madame conspira, manipula, enlouquece. Tudo de uma forma cara e teatral, narrada artisticamente pelo autor, Gustave Flaubert.

O livro é composto de citações brilhantes, satirizando o 'ideal romantico', embora Gustave seja considerado um romântico assumido. Se contrapondo ao sadismo que as grandes paixões são expostas, o ambiente descritivo que envolve os cenários, os personagens, as vestimentas e todos os elementos da obra, remetem ao um estilo medieval, caprichoso, requintado e perfeccionista. Como a pintura da Capela Sistina.

O autoritarismo, o drama e a personalidade ácida e mimada de Madame, me lembrou uma donzela do século XXI que se encontra no Upper East Side...

2 comentários:

  1. acho que sem quem é a Z. o.o eu acho auhsuiahsas


    http://dezesseisamargos.blogspot.com/

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  2. O perfeccionismo de Flaubert é resultado da loucura dele, dizem que ele escrevia os trechos inúmeras vezes e no fim do dia escolhia o melhor. Às vezes passava dois ou três dias no mesmo capítulo. Os editores do primeiro volume de "Madame Bovary" disseram que ele entregou mais de 3000 páginas manuscritas.

    A propósito, você escreve bem, menina.

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