sábado, 18 de agosto de 2012

Sobre filmes bons com finais ruins

Meu gosto para filmes se assemelha muito a meu gosto para homens. No começo é empolgante, o desenvolvimento encantador alcançando AQUELE clímax, para o final ser decepcionante. Além de em maioria serem complicados, excêntricos, com tendência psicótica, difíceis de entender, motivando terceiros a me perguntarem constantemente o que é que vi de tão especial neles.

Sou do tipo que vasculha resenhas e sinopses de filmes de terror e thrillers psicológicos, escolhendo os mais assustadores, ficando uma semana sem dormir pra logo depois sair dizendo o quão incrível foi o eleito. Com homens também é assim, caso estejam se perguntando. Eu sei, preciso me tratar.
Talvez entendam um pouco do valor que atribuí a CHATROOM, caso algum filme os interessou absurdamente, tendo obstáculos exteriores os atrapalhando quando chegavam às vias de assisti-lo.
O que me instigou tanto a ver este filme é a presença de Aaron Fucking Johnson. O John Lennon versão teenage dream de “Nowhere Boy”; o super-nerd mais lindo e apaixonante do universo, também conhecido como Kick-Ass; um dos britânicos mais lindos de toda Grã-Bretanha, como se lindeza não fosse uma das consequências de nascer britânico. Ademais, ele coatuava com Hannah Murrey, vulgo Lovely Cassie, detentora de muita consideração minha, por mais inconstante que seja minha opinião e relação com sua personagem em Skins.
O tema explorado é o que há de mais contemporâneo: Salas de bate-papo. A forma como o roteiro foi construído, transformando os chats em salas no sentido literal da palavra, decoradas com a personalidade de cada personagem, me pareceu inusitado se comparado com os clichês utilizados em filmes sobre o assunto. O cyberbulling é exemplificado em cenas fortes, construídas de uma forma melancólica e ao mesmo tempo poética, fugindo da realidade, quase surreais. Se você gosta de manter os pés no chão e tem dificuldade de se deixar levar por um universo contextual, pode terminar o filme mais confuso do que sensibilizado. The CHATROOM é mais do que tudo um filme de ideias.
Porém, como vocês podem prever, o final não me satisfez. Como acordar de um sonho, terminei de assisti-lo com a sensação de que faltava algo mais, como aquele balão de expectativas que é inflado e ao invés de estourar, murcha. Acredito que tanto minha vida cinematográfica quanto minha vida amorosa é prejudicada justamente por minhas expectativas. No entanto, não posso controlar. Posso atenuar, travar. Inibir é simplesmente impossível.

Só quem possuí um milhão de ideias e fantasias borbulhando na cabeça o tempo todo, só quem luta todo dia pra equilibrar o mundo real com o mundo imaginário, só quem espera todo o potencial de algo e de si mesmo pode entender. Entender que “The Chatroom” é tocante, mágico, perturbador e envolvente, mas seu fim poderia ter sido tão mais do que foi!

Só que não.

9 comentários:

  1. O final mais decepcionante de todos os tempos para mim foi o de O perfume. Sério, quis vomitar.
    Esse filme parece ser visualmente lindo, vou assistir e ver se compartilho de sua opinião.
    Abraço!

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  2. Gente, amei o post! Um que nao gostei do final foi o Gato de Botas kkkkk'
    Flor, passei aqui pra avisar que estou fazendo uma super divulgação de tumblrs lá no CV. Se você tiver um, não deixe de passar lá!
    xoxo, Vickie <3
    ~~>Chiclete Violeta

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  3. Não li pq ainda não vi nenhum!rsrsrs

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  4. Eu deveria ter adquirido certo interesse nesse filme, mas fiquei ainda mais louca pra assistir Kick-Ass, não sabia que era com o Aaron e estou com saudade de todo aquele sex appeal desde que vi Nowhere Boy. Vai entender.
    Tenho uma lista de filmes bons acompanhados de seus péssimos finais e também uma de filmes mais ou menos com finais grandiosos. Mentira, não tenho, mas poderia ter, só me vem alguns na cabeça, no momento, mas é uma ótima ideia pra listas, olha só... :3

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  5. Que cores são essas? Parece incrível, até porque sou desses que adora o final que, geralmente, as pessoas odeiam. Pra mim, o final tem menos importância. Copiando você, meu relacionamento romântico tem que começar lá em cima e terminar sem acabar. Isso se repete no meu gosto pros filmes também: precisa começar com um BOOM, mas pode terminar com um ZZZZZ. Vou marcar Chatroom no Filmow agora, porque, saindo do Blogger, vou ver Projeto X (sim, isso mesmo).

    Sobre seu comentário lá no post "baby, seasons change, but people don't", tenho que te dizer que concordo com o que disse sobre "achar um blogueiro com ideias parecidas". Nem só em ideia. Sua foto de perfil? Sua vontade de beber? Carinha, acho que você seria o tipo de garota que andaria comigo, que estaria nas sociais semanais aqui em casa, rolando a madrugada na praia, ouvindo rock e voltando pra casa a pé. Minha mãe levantaria pra fazer xixi e você estaria comigo, os dois bêbados, fazendo pães e levando café para os que já desmaiaram no quarto. Acima de tudo, entederíamos que a situação é divertida não porque bebemos. Não é o álcool que dá graça. Entenderíamos os transes visuais e comportamentais, a bandeira das risadas, a transcendência. É isso que tenho medo de perder quando crescer, a capacidade de assistir enquanto faço. Assistir enquanto faço. Li hoje também algo que me lembrou do seu comentário: "a vida nos torna firmes, porque nascemos como manteiga e morremos como pedra". Isso meio que me matou.

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  6. Dona Bea, acabo de assistir Kick-Ass e ganhei o dia. Não tem condições de não ir pra minha lista de favoritos. ♥

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  7. Engraçado, não curto esse tipo de filme meio 'psicótico', como você mesma falou. Mas por algum motivo, esse me interessou. Talvez por eu já ter frequentado tanto essas salas de bate-papo.

    Bom, vou procurar ele por aqui.

    Ótimo post.

    Um beijo, Misunderstood.

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  8. te entendo perfeitamente. é uma sensação frustrante, acompanhar uma série ou um filme. gostar dele até boa parte dos minutos passados...para no final ser uma decepção.o nosso julgamento fica comprometido. não podemos nem dizer se o filme é bom porque o final faz parte do mesmo...
    Emilie Escreve~ | Fanpage | @blogabs

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  9. Adoro os caminhos que nos levam até certos textos e assim, dependendo do nível de semelhança como pensamos, ou até mesmo por total contradição, comentamos. Acabei de ver Chatroom e adorei o final. Entendo o que você diz, poderia ter sido outro ou melhor... Tantas possibilidades com aquela arma na mão de Jim, antes de William chegar ou a luta dos dois antes da arma ser jogada no chão. Mas estava tudo ali, montado na maneira real, o que só virtualmente era feito. Aquelas pessoas que ele manipulou, foram as que testemunharam o seu momento de coragem à loucura. Posso filosofar por horas, estou no efeito do pós-filme.

    Bem, o bom nisso tudo é que curti o que li e senti vontade de comentar. Até a próxima.

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