sábado, 29 de setembro de 2012
Sou moderninho mas me mordo de ciúme
Houve um belo dia em que algum ancestral da raça humana teve a péssima ideia de chamar algo de “seu”, e outro, vendo-o e achando isso bom, teve uma ideia ainda pior: A de empregar o pronome possessivo sob outro indivíduo da espécie. Surgiram os relacionamentos afetivos e o motivo de 75% de suas brigas e desfechos. Naquele momento épico surgiu o ciúme.
Mas poderia ter parado por aí. Só que não. A ideia enraizou tão profundamente naquelas mentes pré-históricas, que acabou sendo transmitida para seus descendentes, prevalecendo com força total até nos dias atuais. Mesmo com toda essa filosofia de liberalismo sexual, relacionamento aberto e ~pegação~, nossa espécie continua “contaminada” com esse conceito julgado ultrapassado pelos ideais ~moderninhos-contemporâneos-revolucionários~ do século XXI.
Contudo, dou-me liberdade para achar totalmente hipocrisia julgar-se imbatível diante desse sentimento primitivo. É preciso um grau de desapego nível eremita, psicopata ou hippie, para não se perturbar com a possibilidade de perder, para outra pessoa, algo especial. E esse “algo” não precisa ser necessariamente uma paixão, mas uma amizade, um membro da família muito querido ou o HQ do Kick-Ass que seu primo emprestou, sem lhe avisar, há dois meses, e ainda não devolveu.
Quem gosta cuida, se cuida é porque tem medo de perder, e se tem medo de perder, sente ciúmes. Logo, quem gosta sente ciúmes. Mas deixemos falácias* de lado.
Embora eu acredite sinceramente que 99% da população se morde de ciúmes, mesmo que negue com todas as forças, usufruindo de todos os argumentos possíveis e imagináveis, quem carrega a fama de vilão é sempre o ciumento. Seu lado, Deus e o mundo julgam, sem ter a mínima consideração de primeiro analisar.
Margo Channing sabe como é isso O bonito é levar uma vida moderninha, fazer blasé e fingir que tanto faz tanto fez. Porém, a parcela da sociedade que não nasceu com sangue de barata e adquiriu sua capacidade de dissimulação após muito quebrar a cara, sabe o quão exaustivo foi o processo de forjar indiferença, e o nível de discriminação social absurdo suportado durante seu percurso. Simplesmente por se importar.
Não sou a favor de outras loucuras com fins destrutivos decorrentes do ciúme, mas me julgo no DIREITO de me manifestar contra a marginalização dos ciumentos inofensivos, assim como me manifestei em defesa do romantismo cafona e como manifesto o tempo todo meu desagrado pelo movimento “blasé”. Ciumentos, uni-vos! Mesmo que seja mandar indiretas como se não houvesse amanhã depois de exibir equilíbrio, elegância e desapego socialmente.
*falácia: Argumento logicamente inconsistente.
Margo Channing: Diva ciumenta (com razão) de All About Eve
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adorei!
ResponderExcluirBjuu
imperfectsmiles-nathi.blogspot.com
Eu quero comentar algo muito louco que tá rolando na minha cabeça, mas tõ me esforçado demais pra não pirar na bebedeira que me atacou. vou copiar e colar, porque amei o text demais e porque nao vol conseguir digitar nada, dica:
ResponderExcluir"O bonito é levar uma vida moderninha, fazer blasé e fingir que tanto faz tanto fez. Porém, a parcela da sociedade que não nasceu com sangue de barata e adquiriu sua capacidade de dissimulação após muito quebrar a cara, sabe o quão exaustivo foi o processo de forjar indiferença, e o nível de discriminação social absurdo suportado durante seu percurso. Simplesmente por se importar. "
parei contigo ♥
É algo assim. Acho um pouco de ciúmes saudável e até mesmo uma demonstração de amor - afinal, se uma coisa é importante para vc, vc vai querer que ela meio que fique numa redoma de vidro, certo? Não por aí sendo contaminada pelos germes e opiniões alheias. O problema é que as vezes passa do limite...
ResponderExcluirMenina, eu sou ciumenta e isso me mata!Queria muito não ser =(! Chego a ser meio possessiva até, mas estou melhorando.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirhehe as vezes sentimos mesmo..eu nem tanto acho que sei la de tanto ficar sofrendo por ciumes e raiva desapeguei disso kkk la no SP tambem fizemos um post sobre isso é pega tomo mundo kkkk bjooo
ResponderExcluirsonhos-perdiidos.blogspot.com.br
Eu sou uma ciumenta controlada que vive em períodos de hibernação, mas basta uma vaca voando perto do meu marido que a ursa acorda e parte pra briga, ahaahah - aloka!
ResponderExcluirBjus
Rafa
www.rafaelando.com
Pois é. E nós,ciumentos,não somos compreendidos. Eu acharia lindo se alguém sentisse ciúmes de mim.Dria a entender que a pessoa se importa,sabe? (Claro que em excesso,estraga).
ResponderExcluir~Emilie Escreve~ • Fanpage • Twitter
Sentimos ciumes com medo de perder, mas nao confiamos em nos mesmo que temos de ser inseguros o tempo todo ?
ResponderExcluirEu sinto ciumes e muitas vezes guardo pra mim nao mando indireta a torto e a direita e muito menos culpo terceiros pelo meu sentimento .
Acho que a pessoa que tem ciúme excessivo é tão fraca, sabe? Pois não confia em si mesma, não tem a menor segurança. Eu sinto ciúmes, mas levo na esportiva, afinal, confio no meu potencial e - principalmente - na pessoa que está comigo. Dos males, o menor.
ResponderExcluirAbraços.
Ciúmes é veneno que mata aos poucos!
ResponderExcluirAdoro aqui.
Beijos, T.
Acho que faço parte do 1% das pessoas que não sentem ciúme. Mesmo. Nunca. Jamais. Nem um pouquinho.
ResponderExcluirNão sei o que há em mim, mas, não consigo ter ciúme das pessoas ou das coisas. Já tentei, porém, nada.
Vai ver nunca gostei tanto assim de alguém.
Ah... você havia perguntado se eu queria fazer parceria com seu blog, certo? Claro, quero sim!
Beijo!
Acredito que um pouco de cíumes faz bem pra cada ser humano, mas não podemos nos deixar levar por tal 'sentimento' o tempo todo.
ResponderExcluirVi que você tá lindo Lestat, tô louca pra aparecer uma promoção e eu comprar meu exemplar.
Vez e outra sinto ciumes sim, nem que seja um pouquinho. O que não rola é aquele ciúmes descontrolado... aí, não dá!
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Morrendo eternamente com esse post. Mas QUE AMOR, doa Bea.
ResponderExcluir"E esse “algo” não precisa ser necessariamente uma paixão, mas uma amizade, um membro da família muito querido ou o HQ do Kick-Ass que seu primo emprestou, sem lhe avisar, há dois meses, e ainda não devolveu." Emprestei 3 livros, há algum tempo e estou quase certa de nunca mais os verei na vida. Tô sofrendo.
Sou ciumenta sim, mas demonstrar é mais 500, como tudo o que eu sinto. Tenho esse problema sério. O pior que são altos tipos de ciúme, coisa mais ridícula, me envergonho profundamente. Demonstrar nunca esteve nos meus planos, e se o faço, é coisa muito rara e nada intensa, bem boba, na verdade.
Agora convenhamos que aquele ciúme descontrolado é ridículo e, penso eu, que só faz afastar a pessoa idolatrada e aproximar o ciumento do manicômio.
AMEI esse post, seríssimo.
E eu jurando que a Rita Lee era a Florence. Palmas.