quarta-feira, 24 de abril de 2013

Totó, we're not in Kansas anymore - Parte I

Vida. Período indeterminado, no qual adquirimos mais questionamentos do que soluções, sendo nossas dúvidas mais profundas, insolúveis e irritantes ("De onde viemos?", "Para onde vamos?", "O que diabos eu estou fazendo aqui?"), se analisadas por outra perspectiva, também bastante infantis.

Invulneráveis diante das forças sobrenaturais desse fluxo enigmático chamado destino, e atordoados, feito abelhas na tampa do pote de geleia, com o leque infinito de caminhos e possibilidades abertos por ele, nós, reles humanos, somos obrigados a escolher, às vezes usufruindo da mesma precisão de um cego em tiroteio.

Pelo menos uma vez na vida alguém já subiu na corda bamba, deu um tiro no escuro, no sentido figurado das expressões. Arriscou. Essa crônica fala sobre o maior tiro no escuro que já dei na minha vida.

Mesmo morando há 19 anos na mesma cidade, tão pequena que pode ser percorrida a pé, sendo criada com avós super-protetores e por pais super-preocupados, ambos empenhados em atrapalhar minhas tentativas de independência com mimos - os quais nunca desprezei, não reprovo e, atualmente, valorizo ainda mais além de sentir muita falta - sempre guardei uma intuiçãozinha dentro do peito, me puxando para longe da zona de conforto, comida boa e proteção.

Hoje, reconheço e admiro verdadeiramente as belezas de minha compacta cidade natal, mas na época, não havia nenhum saudosismo, bucolismo ou motivo mais forte do que a minha vontade de dar no pé. Como típica aquariana, não esperei pela construção daquela "maturidade dourada", a qual muitos julgam ser um requisito indispensável para quem quer "meter a cara no mundo".

Com o resultado do vestibular em mãos, o coração na garganta, um frio desgraçado na barriga, 2 malas e uma mochila nas costas, me mudei para um lugar onde caberiam tranquilamente vinte cidadezinhas iguais a que eu embarquei em Minas Gerais. No mínimo.

6 comentários:

  1. gostei muito do texto bjshttp://crisartigosfemininos.blogspot.com.br/

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  2. A vida é feita de riscos! E o resultado de cada risco,
    pode ser bom, mas também pode ser um aprendizado.
    Esperando ansiosamente, pela continuação da sua história.

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  3. Qualquer coisa é um aprendizado, espero que esse seja bom pra ti.
    Boa sorte, esperando pela parte II

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  4. Quero saber de tudo. Vou fazer um guia sobre morar só ou com amigos lá no DDPP, então tô acumulando relatos antes de viver a minha experiência e, enfim, escrever sobre.

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  5. Vai dar tudo certo!
    E pra que esperar a maturidade? Às vezes ela nunca vem... rs

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  6. Primeiramente, obrigado pelo comentário no meu blog! E sobre o seu texto, sempre quis morar sozinha, sair daqui... mas a gente sente falta né? Tem sempre algo para sentir falta.. o bom é que é um avanço para um futuro!

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