domingo, 18 de agosto de 2013

Algo mais que água-com-açúcar

Porque uma obra não precisa ser absurdamente intelectual e profunda para fazer sentido e/ou tocar o âmago. 

Posso não viver os filmes que assisto, como os tipos mais fanáticos de cinéfilos, porém, eles sempre foram um meio de lazer muito significativo na minha vida sendo, atualmente, indispensáveis para me manter emocionalmente estável. Quando determinada “quote” me desperta um sentimento profundo de identificação/emoção, eu a carrego pelo resto da vida, como um conselho bem orientado ou o aprendizado consequente de uma burrada muito grande cometida anteriormente. 

Reconhecer na tela um ator de algum filme infantil que marcou minha infância é como topar com algum sumido companheiro de travessuras do pré de 5, num corredor aleatório do supermercado. Instantaneamente memórias infantes são ativadas, produzindo no coração uma mistura de saudade, familiaridade. Nostalgia. Tudo que experimentei ao reencontrar Freddie Highmore, vulgo o Charlie do remake de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, crescido - e gato, muito gato – em “A Arte da Conquista”. 


Olha quem cresceu ♥

Buscando por puro e simples entretenimento inútil, a fim de reabastecer minhas esperanças e acumular energia para o próximo – assustador – semestre, foi conduzida para o longa pelo título, e pela capa também, principalmente por ambos não possuírem nada de genial e “edificante”, adjetivos presentes em filmes que amo/admiro, e dos quais estava fugindo. Contudo, logo percebi que a estória não se resumiria em apenas diversão e “happy-ending”, e se mostraria algo muito além de minhas expectativas.  
“We live alone, we die alone. Everything else is just a ilusion.” 

Não bastando tal citação fatídica iniciar o filme, seu narrador, sujeito para o qual as câmeras são especialmente voltadas, é o tipo de personagem que eu gostaria de levar no bolso. Figurativamente falando, é claro. Desajeitado e encolhido em um sobretudo preto largo demais, exibindo um sorriso desconcertado e inseguro a cada comentário ácido, George contradiz a irresponsabilidade com que leva as obrigações cotidianas com a seriedade que atribui à existência. Sua atitude muito me remete a uma de minhas músicas favoritas do momento – "Música Inédita", parceria de Tiago Iorc (♥) e Gadú – o que aumentou ainda mais minha afeição por ele. 


George se recusa a cumprir os objetivos ortodoxos de um colegial, pois crê piamente que o caráter efêmero da vida torna insignificante todas as conquistas nela colecionadas. O que pode ser visto como muito comodismo, ou sabedoria, dependendo da perspectiva e da ideologia do observador. Um bom e velho clichê cinematográfico certamente não iria faltar, e é um deles o responsável por transformar seu comportamento passivo: uma garota. 

Especificamente chamada Sally, interpretada pela também ex childstar Emma Roberts, cuja visão da vida é igualmente desencanada, embora seus interesses sejam menos dotados de profundidade do que de futileza. George mostra a Sally o que há de mais construtivo que compras e farras para desperdiçar seu tempo de “dever de casa”, acabando por tornar-se, involuntariamente, também o alicerce para onde ela escapa de seu badalado mundinho superficial, com quem pode agir naturalmente e que lhe aspira confiança. Sally, por sua vez, não só da à George um objetivo para qual lutar, como o tira de sua zona de introspecção, o apresenta para o mundo, e ao lado de acontecimentos de núcleos secundários, o afasta da inércia em que vive.
 

Ah! Eles também passam o filme todo naquele chove-não-molha habitual de amizades coloridas. 


Juntando uma fotografia bacana, uma trilha sonora interessante e uma atuação espetacular por parte de Highmore, “A arte da conquista” apresentou todas as evidências – e clichês – para desembocar em mais uma comédia romântica com ares melancólicos. Todavia, não sei se favorecida pelo meu estado emocional do momento ou por qualquer outro aspecto exterior, conseguiu me sensibilizar de tal maneira, me enchendo de “quotes” tão bacanas para carregar pela vida, que a considero um filme merecedor de uma moral mais elevada, digno de elogios pomposos e uma super indicação.

9 comentários:

  1. Preciso ver *-*
    adorei sua postagem, bastante sentimental e até um pouco técnica.
    vai longe...
    beijo e uma ótima semana

    Amy - Macchiato

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  2. Nooossa!! Eu estou passada como ele cresceu!! E ficou lindo mesmo hahhah
    Passando para desejar uma ótima semana.
    Beijo grande.
    yarasousa.blogspot.com.br/

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  3. geenteee, como ele ta grande!! mas ao msm tempo, com a msm carinha fofa!! *--*
    achei bacana a história do filme, vou procurar pra assistir :D

    bjs
    http://gipsyyy.blogspot.com.br/

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  4. Como ele está grande já... fiquei com vontade de ver!

    http://biancaconde.blogspot.com.br/

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  5. Beatriz, você falou exatamente o que senti quando assisti ao filme!
    Não sei se também foi o momento em que eu estava, mas me lembro que eu adorei esse filme, as lições, eles dois, os quotes, tudo. Assisti despretensiosamente e me apaixonei pela história, pela certa simplicidade que ele tem junto com toda a confusão.
    Você, como sempre, genial nas resenhas, né?
    Adorei!!
    Beijos

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  6. Nunca assisti o filme que você mencionou no começo da postagem, e eu não tinha o hábito de assistir filmes sem ser desenhos quando pequena :/ então me senti meio ~deslocada~ para comentar =/

    Beijos
    www.procurei-em-sonhos.com

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  7. Nunca vi o filme, mas eu sei como é isso, senti a mesma coisa quando vi a menina que fazia A pequena espiã em Gossip Girl. Sem falar que esse menino é um gato ^^
    Nossa fiquei encantada com o seu comentário lá no blog(fez meu dia melhor), que bom que você gostou :)

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  8. aaaain o charlie, que lindo que ele tá! hauhau
    Adorei essa resenha, quero ver esse filme *O*

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  9. Mais uma indicação bacana. Gostei bastante. Primeiro... você o viu atuando n' O Som do Coração, e na série Bates Motel? Ele é um ator muito dedicado as papéis que pega, apesar da idade. ^^
    {{{Emilie Escreve}}}

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