Porque, sinceramente, desacredito a
possibilidade de um dia você se tornar apenas mais um entre os milhões de
transeuntes no meu campo de visão.
Talvez você também tenha me notado, e como de
praxe, obedecendo rigorosamente nossa habitual mania de responder ao contrário
as ações um do outro, fingiu que não notou. Assim como eu, 25 minutos depois,
afinal, sempre fui a com mais dificuldade de processar as estratégias racionais
do jogo da conquista.
E você sempre foi tão bom a ponto de me
ensinar – da maneira mais difícil – algumas delas.
É melhor assim, nos vermos a distância,
segura distância, em uma encarada fugaz no meio da multidão, sem precisar
fingir as afinidades que nos tornaram tão próximos, e que o tempo tratou de
apagar, de nos modificar e diferenciar. Só pra deixa aquele gostinho de
saudade.
Mas é saudoso como as cenas de um filme
assistido há muito tempo, do qual não me lembro o nome, embora goste de
relembrar, pois marcou uma época, pois fez uma história, pois me tirou de um
caminho e me encaminhou para o que me tornei.
Não que seja grande coisa.
De resto, basta você aí, e eu aqui, cada qual
no seu canto, muito bem, obrigada, separados prudentemente pela distância, por
passantes e por cada vez menos frequentes lapsos de nostalgia.
Ufa, ainda bem.
Atenciosamente,
Louise
Gostei do texto, principalmente desse trechinho: "É melhor assim, nos vermos a distância, segura distância, em uma encarada fugaz no meio da multidão, sem precisar fingir as afinidades que nos tornaram tão próximos, e que o tempo tratou de apagar, de nos modificar e diferenciar. Só pra deixa aquele gostinho de saudade." Acho que muitos relacionamentos acabam se resumindo a isso depois de um tempo, o que penso que por um lado pode ser bom, dando a cada um a chance de recomeçar, porém por outro sempre fica aquela sensação esquisita de que poderia ter sido diferente quando você vê a pessoa.
ResponderExcluirThoughts-little-princess.blogspot.com
O problema da distância é esse, ao mesmo tempo que ela aumenta a saudade, faz com que muitas vezes o sentimento vá se apagando aos poucos, dando lugar a cada vez menos momentos de saudade um do outro. Não é uma regra, mas muito acontece.
ResponderExcluirBeijos, Beatriz!
Não posso conter a expressão, como dizem na minha terra: "Seicumé..."
ResponderExcluirConfesso que o seu texto me "enganou" haha. No início pensei que falasse de um "amor" que nunca se realizou e pensei que assim seria até o fim. Mas fui surpreendida (e isso é bom). Havia uma história por trás dessa distância.
ResponderExcluirGostei disso!
Texto incrível! Me fez lembrar de tanta coisa...
ResponderExcluirwww.meninaencanada.com
Ah, o platônico! Meu tipo preferido de amor, pena que não o vivo há muitos anos. Me dá até aquela saudade de dar uma sofridinha.
ResponderExcluirMesmo quando há a separação, continua se platonizando, ao meu ver. Comigo já foi assim. Às vezes acho que ainda platonizo assim bem pouquinho, mas né.
Beijos!
PS: te linkei, vc viu? *-*
http://www.canseidesernerd.com
Ai já tive um amor assim era lindo por ficar na imaginação e emocionante quando o via!
ResponderExcluirSofrer por amor de vez em quando, é ser feliz né.
ResponderExcluirGosto dessa sensação.
Achoque esse é mais um daqueles casos de amor que não deram certo, mas que inda mantém a chama acessa. Mesmo que fogo esteja se apagando. O estranho é que a gente sempre acha que algumas coisas vão dar certo porque existe o amor.... mas, quando não há compreensão...e a distância? .____.
ResponderExcluir:::: {Emilie Escreve} | @emilie_escreve
Não tive como ler e não relacionar de cara a uma citação que vi em algum lugar, não lembro onde, falava mais ou menos que os amores incompletos é que são românticos. Lembrei, Vicky Cristina Barcelona, talvez? Isso ficou martelando na minha cabeça e não saiu mais, e olha que eu sou uma bosta pra gravar citações maiores do que ser ou não ser, eis a questão; talvez pelo simples fato de que quando a gente se depara com uma frase que define, apenas, define e ponto, define tudo, é meio complicado fugir dela, apagar do psicológico. Essa daí é quase uma legenda pra minha vida, e você coloque aí os mil amores platônicos diários, e também os que se transformam todos os dias, mas não saem do pé, da mente, da gente. No final eu reflito e concluo "ufa" mesmo, algo como "deu certo enquanto foi", mais pra me convencer que pra qualquer coisa. No fundo a gente (eu) sabe que dá certo mesmo enquanto não é. E dura que é uma beleza, tipo, pra sempre.
ResponderExcluirUfa! Sério... adorei.
ResponderExcluirhttp://mepoupepaola.blogspot.com.br/
Oie! Tudo bem? :D
ResponderExcluirCarta bonita... Tem um "quê" de sofrimento, mas tão sutil que não chega ser aquele melodrama todo... Gostei muito. Já me senti assim algumas vezes, mas não é meu tipo preferido de ~romance~.
Gosto muito daqui!
Beijos.
Crônica melancólica, mas como todos os seus trabalhos, muito boa como sempre. Poderia separar esse como um dos meus blogs favoritos. Principalmente pela maneira peculiar e (incrívelmente!) interessante que você tem de fazer resenhas, mas eu acho que já te disse isso.
ResponderExcluirobs: Quando escrevi meu último texto, pensei no personagem como sendo a própria Morte. Mas gostei da sua leitura. Até porque também sou uma grande fã do Lestat. Rs
Nossa, que texto dolorido, Beatriz. Lembrei de Closer, sabe? Aquela cena em que eles são, de fato, estranhos e se olham na rua. Estranho ter que fingir que as pessoas são desconhecidas, né?
ResponderExcluirQue lindo a Cristina ali do lado. Vicky Cristina Barcelona <3
Beijo!
Juro que machuca. Essa sensação de amor terminado, deixado pra lá. A gente diz "ufa" porque o tempo cura, entretanto, certas memórias são quase eternas. Senti uma pontada no peito quando li esse texto, aquela angústia por lembrar que amores (e outros) duram, enquanto forem pra durar. E que a gente muda mesmo, o outro muda também e, na distancia, o amor vai desistindo aos poucos. Conseguiu me emocionar, como a maioria dos seus textos.
ResponderExcluirÉ tão triste quando aquela dupla infalível e maluca da qual faziamos parte se torna memória, e a gente se vê e fica aquela espaço-tempo entre a gente, sem saber o que fazer, como agir, o que dizer. É a pior parte de conhecer alguém, e se tornar íntimo e viver com essa pessoa. No final fica aquela pergunta " como a gente se ficou assim ?".
ResponderExcluirAmei seu blog, vou voltar mais vezes.
Beijão
barradosno-baile.blogspot.com