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segunda-feira, 28 de julho de 2014

A musa dos loucos poetas ou...

Versos desconexos de um poema rabiscados em cadernos antigos ou algo tão clichê e brega quanto isso.

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Ela é a musa do poeta louco
Perdido no deserto
Seus ombros estão nus
Mas seus lábios cobertos

De cor de carmin, é o tom de seu
vermelho batom
De segunda mão, seus sapatos de cetim
De destino incerto
é seu fim ,

Procura por um cavalheiro
sem nome, rosto ou qualquer outro meio
De identificação

Quer nele dar um beijo no rosto,
outro nos lábios, nos olhos

E por fim, dentro do bolso de sua jaqueta

Por seu coração.

Imagem


terça-feira, 30 de julho de 2013

Ideia de roteiro para filme francês

Garota conhece garoto em uma loja de camisetas. 

Eles se encontram novamente em um bar. Ele a leva pra casa, e eles passam a noite juntos. Garota e garoto se separam em uma estação de metro. Ele entra no próximo vagão a considerando sua alma gêmea. Ela saí da estação o considerando o amor de sua vida. 

Garota é atropelada. 

Ainda dentro do vagão, ele tira um papel do bolso, onde se encontra o número de celular da garota. A mãe da garota atente aos prantos, e o informa da fatalidade. 

O garoto e todos os outros personagens passam o restante do filme refletindo sobre a efemeridade do amor e sobre as desventuras do destino.

(Vocês tem alguma dúvida de quem seria meu “Garoto”?)


sexta-feira, 31 de maio de 2013

D'uma xícara de café - Parte I

PS: Porque eu preciso de um lugar para extravasar o meu romantismo invernal. Ah, esses ares frios!

Maria Lúcia, desde que se mudou para capital, não fez nenhum vínculo ou amizade que passasse do superficial comprimento, acompanhado de conversa sobre o clima, de fila da padaria ou de elevador. Típica interiorana, a moça era do tipo que adorava esticar uma prosa – principalmente quando esta era acompanhada de café fresquinho e bolo de fubá – mas sentia tremores só de pensar na possibilidade de abordar um desconhecido interessante com um assunto trivial. Contudo, fazia dois meses, e a presença da solidão aumentava à medida que o frescor dos novos ares diminuía.

Estudava de manhã, e a tarde ia do trabalho para casa e da casa para o trabalho. De domingo a domingo. Trazia para o apartamento, além de pãezinhos e outras guloseimas da loja, o aroma marcante da bebida impregnado no uniforme. Nos dias de lavar roupa, deixava a lavanderia do prédio cheirando a chocolate, caramelo ou canela. Era fácil descobrir os horários em que Maria Lúcia chegava e saía: bastava um olfato apurado o suficiente para notar o cheiro de café no elevador.

E foi pelo café que ele a conheceu.

O líquido fumegante, saído dos copos plásticos, subia para o teto em espirais de fumaça, envolvendo, em uma atmosfera fantasmagórica e etérea, o fluxo frenético de clientes. Com as palmas das mãos vermelhas devido ao carregar ininterrupto de bebidas escaldantes, Maria Lúcia concentrava-se na tarefa de equilibrar, mesmo vacilante, um círculo de canecas de cappuccinos em uma bandeja de metal, quando ele voltou do banheiro e sentou-se novamente na mesa. Não foi pela garçonete notado, mas provocou, em sua saída do toalhete, o estridente ranger das dobradiças enferrujadas, que tanto a irritava.

Com o indicador, ela envolveu a alça de uma das canecas, tendo o máximo de cuidado para não deixar o creme da superfície, coberto de gotas de chocolate, transbordar durante o percurso até a mesa. Mas no meio do trajeto, um pouco da espuma escapou da borda, escorreu pela xícara até o pires, deslizou a partir dele em linha reta e acabou por gotejar justamente nas páginas do livro em que ele estava.

Crucias para o entendimento do capítulo.

domingo, 17 de março de 2013

Fica, vai ter bolo.

Assim que cheguei, disse que temia por mim. Temia ver minha alegria, quase imbecil e aparentemente inabalável, destruída por aquela selva de aço, concreto e fumaça. Me puxou p’rum canto, me cochichou coisas bonitas e, como de costume, eu fingi acreditar. Inocente. Julgava ter aprendido a lidar com nosso estranho caso e, embora o veja sob uma nova perspectiva, não aprendi.

Aquela noite, decidi que não faria diferença se fomos, éramos ou viríamos a ser algo, ou o que seria esse “algo nosso”, reneguei meu desprezo pelo Carpe Diem e vivi o momento. Sem planos de fundo ou trilhas sonoras, sem aquele embasamento fantástico criado em torno dessa coisa sem nome, sem início, sem fim, mantida a longa data por nós, duas mentes ociosas.

E, logo depois, você prontamente tratou de sumir. Ossos do ofício.

Se não fosse pela inegável materialidade desse teu topete pretensioso, poderia duvidar da tua existência - e da minha sanidade - , concluiria que não passas de uma detalhada ilusão criada por essa minha imaginação exageradamente fértil e meio esquizofrênica.

Mas existe, e o pior, não sabe quanto isso me deixa involuntariamente feliz, e o quanto me importo. Só pra constar, só pra satisfazer esse teu íntimo desejo, declaro, com todas as letras e sílabas que a sentença tem direito: Eu me importo.

E tem mais, se for pra sumir, some de uma vez. Porém, prefiro que volte e fique, pelo menos pra um café, assim, de vez em quando, sem intenções, sua companhia é agradável, contrariando todos seus esforços para torná-la o oposto.

Fica, vai ter bolo.

É importante pra mim.

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Vingança Vermelha

A sensação de tranquilidade terminou ao abrir de rompante os olhos, imagens da noite anterior surgindo em flashs sucessivos e desaparecendo de sua memória subitamente, tal qual uma bolha de sabão que se desfaz quando ganha altura.

Nos lábios, o gosto de sangue se misturava ao da vodka. Contudo, sua sobriedade era suficiente para perceber que o sangue não provinha de um corte em seus lábios, ou de algumas das manchas escarlates espalhadas por seu corpo. Invicta de ferimentos.

Havia pegadas no assoalho. O sangue já viscoso indicava que o rastro fora feito há algum tempo, e o último pé terminava diante de um jovem igualmente manchado de vermelho. Seus lábios estavam pálidos, a cor era um contraste gritante naquela brancura de pele e cabelos, loiros como o de um elfo. Gritou!

Olhar estático, pálpebras semiabertas mostrando uma ires azul escura e, aliadas a falta de movimento em seu tórax, deram a ela a certeza de que aquele já não estava entre os vivos. O quarto girou em seu campo de visão, pernas bambas se esforçavam para caminhar rapidamente até a porta, pés deslizando nas manchas espalhadas pelos tacos de madeira.

_Socorr... – ameaçou gritar, mas sua garganta ardia. No ar, o gosto de fumaça, talvez indício de um incêndio. Em sua mente, porém, era uma questão a incendiar: Teria matado aquele rapaz?!

Com certeza não! Mas ela não estava certa sobre muitas coisas naquele momento. Tudo que surgia em sua memória eram os copos de champanhe, as mãos cheias de frutas cristalizadas devoradas brutalmente enquanto assistia aquela garota ruiva, a esquisita da escola, ser humilhada diante de toda galera. Tinham rasgado seu vestido, um puta vestido cor-de-rosa, com certeza a coisa mais cara que a ruiva já tivera. A coisa mais cara já vista por ela na vida.

Deixaram-na nua, com pessoas rindo e apontando. Também rira e apontara, afinal, o álcool começava a fazer efeito, e era tudo tão engraçado. Mas agora, a visão da ruiva diante dela, ao fim do corredor, com vestido em frangalhos, coberto de sangue assim como suas mãos, os lábios manchados de vermelho, exibindo um sorriso insano, outros corpos espalhados ao redor dela... Aquilo não parecia nada engraçado.

Gritou novamente, usufruindo de suas últimas energias. A ruiva riu em resposta, sua gargalhada ecoando pela casa desprovida de vida, e acendeu um isqueiro. Iluminou suas feições distorcidas antes de lançar o objeto nas cortinas sujas, as quais flutuavam com a força das rajadas de vento.

Tentou fugir, mas em pouco tempo as labaredas já consumiam toda casa, se alastravam pelos móveis, engolindo os cadáveres. Encostou-se a parede do corredor, vendo a ruiva no outro extremo, um espectro consumido por chamas luminosas, risos e gritos de agonia, cabelos cheios levantados pelo vento.

O fogo alcançou seus pés. Dor. Tudo se tornou vermelho.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Um fragmento de sonho

Sutilmente, podia-se perceber nas feições da jovem desajeitadamente acomodada naquele assento de ônibus, as sombras de uma recente decepção. Seu coração, ainda mole e inocente, começava a tornar-se mais duro, talvez até mais maduro, sendo os efeitos desse feito discretamente denunciados por sua expressão amuada.

Cansada, só encontrava conforto nas palavras, despejadas descontroladamente em seu bloquinho de papel, objeto inseparável de Laura.

A paisagem da janela transfigurava-se com o passar das horas e o avanço do ônibus até seu destino, tornando-se cada vez mais urbana, cinzenta e melancólica, e mesmo assim, por motivos maiores, ainda era o combustível da pequena chama de esperança ardente em seu coração.

Com a têmpora esquerda encostada no vidro, às vezes, ela movia seu olhar na direção contrária afim de disfarçadamente espiar seu companheiro de viajem. Laura, naquele momento, sentia-se extremamente só. Não fisicamente, pois a quantidade de pessoas ao seu redor era por vezes insuportável, mas emocionalmente, uma solidão somente atenuada por uma forte empatia ou impressão de uma alma amiga.

Portanto, quando seu olhar fisgava uma figura agradável tanto para olhos quanto para o coração, Laura perdia-se nela, e no papel, acumulava o máximo que podia de descrições. E aquele jovem, com grandes fones de ouvido escondidos pelo cacheado rebelde e irregular de seus cabelos, de barba rala e cujo leve e infantil sorriso por esta contornado não desaparecera durante o sono, era um prato cheio de descrições e empatia.

Porém, o “objeto de estudo” da moça era como a mesma um incontrolável curioso, não podendo resistir a oportunidade de espionar sua observadora quando esta, abraçada ao travesseiro favorito, caiu no sono. Com impulso atrevido para um estranho, afastou cuidadosamente a franja da jovem, a fim de ver melhor suas pálpebras cerradas e a tempo de limpar uma lágrima, que uma delas involuntariamente deixou escapar durante o sono.

Laura percebeu a ação, mas a recebeu como um fragmento de sonho. Contudo, seu coração ficou mais leve quanto as pontas dos dedos de Pedro terminaram de percorrer sua fronte, aquecendo seu interior feito um chocolate quente em um dia frio, ou depois de um banho de chuva.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Bem-vindo ao clube dos desajustados

"Ou uma resenha sobre “o filme mais emocionante de todos os tempos”

Acabei de assistir “As Vantagens de ser Invisível”. Os créditos estão rolando enquanto David Bowie me diz que "podemos ser heróis só por um dia", e, como estive a maior parte do filme, estou chorando agora. Se você faz parte do abençoado grupo dos que nunca se sentiram completamente solitários, talvez não se sensibilize como eu. Pois tal qual o protagonista, também já senti na pele o que é ser invisível.
Logan Lerman, cuja imagem de galã hollywoodiano foi totalmente apagada pela intensidade de sua interpretação, consegue absorver perfeitamente a extrema insegurança e timidez de Charlie, as quais são demonstradas pelos ombros baixos, movimentos travados e um sorriso desconfortável exibido a maior parte do filme. Características responsáveis por despertar em mim a vontade de abraçá-lo, protegê-lo da crueldade subliminar existente no dia-a-dia escolar.

Senti revividas as sensações de pressão e provação características do colegial. Nunca é tão significante fazer parte de algo, ter um grupo ou pelo menos, alguém para conversar na hora do intervalo. Ser aceito. Não negarei ter encontrado um pouco do meu passado na introspecção, no escapismo e no sentimento de deslocamento, vivenciados pelo protagonista. A aceitação de uma amizade verdadeira, coisa tão insignificante para alguns, provoca uma verdadeira transformação no jovem e é responsável por salvar sua sanidade.

Emma Watson deixa definitivamente Hermione no passado, abraçando a liberdade, e a descontração de Sam, pupila do protagonista. Contudo, a cena é definitivamente roubada pela irreverência de Patrick, o cativante baderneiro responsável pelos momentos mais engraçados, gay mais que bem resolvido, mas que para proteger a reputação de seu parceiro, emprega todos seus esforços para manter seu relacionamento na clandestinidade. Interpretado pelo gatíssimo Ezra Miller, sua aparição consegue desviar nossa atenção dos olhos claros e do charme inocente de Lerman.
Patrick e Sam: Mostrando o lado o cool de ser "esquisito"

Ao lado de Sam e Patrick, tão desajustados quando ele, Charlie prova as delícias e dissabores de dividir a intimidade com alguém. O primeiro beijo, desilusões amorosas, conflitos de ego, ciúmes e experiências com drogas e alcool, são encenados com muita sensibilidade, atribuindo um quê lírico, quase poético, aos viveres típicos da juventude.

Tendo uma deliciosa trilha sonora como plano de fundo, “As Vantagens de Ser Invisível” não é apenas um melodrama sobre a adolescência: É um filme sobre desilusões e vazios que acompanham toda trajetória humana, mas são suavizados na companhia de uma alma amiga.

Ainda estamos em janeiro, porém, me sinto capaz de afirmar que nenhum outro filme em 2013 irá me emocionar tanto quando este.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Rosa e o tuberculoso

Duas crianças correndo pelo quintal, mãos dadas e sujas de terra, a mesma terra das pegadas que marcavam o assoalho recém-encerado. As risadas do menino, desprovidas da timidez que limitava as da companheira, ecoavam vivas pelos cômodos da casa. Risadas, as quais seriam, no futuro, sufocadas pela tosse.

Aos doze anos, a fadiga o limitou permanentemente ao quarto, afastando-o do quintal e de sua Rosa mais querida. E à medida que a vida dele minguava noite após noite, tosse após tosse, sem nunca chegar de fato aos braços da morte, o querer que ela nutria, aumentava, ao tempo resistia.

Sigilosamente, quando a família entretinha-se com algo o suficiente para não dar-lhe falta, pé-ante-pé, Rosa subia as escadas que a levavam até o último quarto. Lá podia vê-lo, pela sacada, diante do piano, a tocar e tossir. O tempo parecia satirizar com a desgraça de Hugo, trazendo a sua figura desenganada, a cada nova primavera teimosa, uma beleza tão ascendente quanto sua moléstia.

Resolveu ele, numa manhã, abrir a janela, sendo este um ato inédito desde o início da tuberculose. Inspirou fundo com toda pouca força de seus pulmões e, deparando-se com a presença de Rosa na janela vizinha, acenou, pela primeira vez em muito tempo, sorriu. Um sorriso grande e cheio, sorriso a muito guardado, sorriso que guardava todos seus sorrisos negados pela vida. Morreu ao final daquele dia.

Rosa, na manhã seguinte, acordou toda vizinhança. Atirou-se da janela. Uma roseira, de rosas cheias, vermelhas, cresceu inexplicavelmente naquele jardim. Homenageando um amor que seria florescido, mas não o foi.

sábado, 13 de outubro de 2012

A espiada

Desde meus finados tempos de leitora assídua do Fanfictions.net, planejo uma fanfiction Sirius/Bella. Na falta de conta no site e de paciência/tempo para elaborar uma novela a altura do meu amor pelo shipper, fica este conto como tributo ao período mais divertido, pottermaníaco e vagabundo de minha vida.

Pelo vão de uma porta destrancada, escapavam além de acordes de uma canção, também alguns feixes de luz, riscando armaduras e retratos presos nas paredes de um corredor fracamente iluminado. Os solos de guitarra ecoavam por aquela mansão, invadiam o corredor e, por uma escada, chegavam ao patamar inferior, no qual uma bela jovem se encontrava.

Este som envolveu Bellatrix a tal ponto, que esta foi, involuntariamente, aproximando-se dele, subindo os degraus até ver-se diante de uma porta, onde na madeira estava esculpido o nome “Sirius”, e logo abaixo dele os dizeres: “Não perturbe. A menos que você não seja um Black”.

_ “Imbecil” - pensou agarrando as maçanetas a fim de puxá-las com grosseria. Mas a música vinha de lá, e fechar a porta seria mergulhar novamente no vazio silencioso de sua vida. Vazio, que até então, somente era atenuado quando via esvair, dos olhos de suas vítimas, os últimos resquícios de vida.

Ela deixou-se ficar, prometendo mentalmente que apenas por uma música. Apoiando-se no portal, pode por um pequeno espaço desprotegido, prolongar sua espiada para interior do aposento.

Papéis espalhados pelo carpete vermelho, nos quais rostos e figuras estavam desenhados a carvão. Posters de trouxas nuas e seminuas, de bandas que ela nunca havia visto na vida e fotos de motocicletas cobriam as paredes. Sobre os móveis, havia porta-retratos, cheios com fotos de Sirius e seus amigos, mas nenhum com a de sua família. Diante de um grande espelho com moldura de carvalho, estava o primo, de costas para a porta, ajoelhado no chão, e que com movimentos rápidos, riscava avidamente um amontoado de papéis, aparentando grande concentração.

Suas costas nuas tinham o branco maculado por algumas pintinhas, e por mechas negras de seu cabelo, já atingindo um tamanho censurável. Bella perdeu, um tempo maior do que admitiria, admirando as costas nuas do primo, os músculos que se destacavam a cada movimento brusco, a borda da cueca negra que a calça larga não conseguia esconder. E aqueles braços, longos e torneados, riscando papéis com tanta intensidade, fizeram-na desejar, por mísero segundo, estar entre eles.

O garoto levou uma folha aos olhos, e pelo reflexo do espelho, Bella viu a concentração minuciosa atribuir às feições dele um aspecto adorável, coisa, para ela, inusitada até aquele momento. Subitamente, ele voltou seus olhos para o espelho, a tempo de vislumbrar outros olhos, mais negros e profundos do que todos que vira na vida.

Escondida atrás de uma armadura, a moça pode ver metade do corpo de Sirius aparecer pela fresa da porta, analisando o corredor. Com um sorriso divertido e intrigado estampado nos lábios, o jovem deu ombros, antes de fechar-se no quarto novamente, produzindo um baque surdo.

E tudo se tornou silencioso novamente.

terça-feira, 20 de março de 2012

Amor Outono/Inverno

Faz algum tempo, que fui indicada ao meme 11 perguntas pela Andréia, e peço a ela perdão por adiá-lo para próxima postagem. Novamente. No entanto, esse poema me veio ontem na van, de forma tão espontânea e prazerosa como a muito tempo não escrevia, criando a necessidade de postá-lo o mais rápido possível. Antes que o encantamento esfrie.

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Amor Outono/Inverno

Quando o sol cede ao solstício
Suas últimas semanas de verão
Criando então, com o sereno da madrugada,
Neblina e uma teia de gotinhas
Que amanhece pontilhada
Sobre minha roseira

Estou à beira, da janela,
De corpo e alma, bem-vinda
Aquele amor de inverno
Que com blusa de moletom
Ou suéter de abraço terno
Vem me aquecer

Abraça-me em madrugadas de encantamento
Infinitas, pra um curto tempo
Fazendo-me esquecer de tudo
Livrando-me de todos meus tormentos

Pra desaparecer, com a primeira brisa de primavera
Que querendo esquentar, faz descaso,
Do meu frágil amor outono-inverno
Faz-me esquecer

Acho Gere e Winona uma doçura.

domingo, 9 de outubro de 2011

Super Clichê


O fato de perdurarem até os dias de hoje não faz dos clichês uma verdade absoluta. Na realidade, os clichês mais famosos exercem o papel de 'mentira reconfortante', coisas que costumamos repetir quando a verdade é dura suficiente para ser ignorada, ou ideais incabíveis (ou não) à nossa realidade, mas que procuram fazer do mundo um lugar melhor... Ou mais fácil de se viver. Isso soou melancólico demais pra uma autora que acredita piamente em clichês. No entanto, o meu dever é relatar a verdade, ou a minha percepção dela. Ou simplesmente relatar algo.

O cinema adora clichês. A-D-O-R-A. Mesmo. Ou o gênero de romance já teria se extinguido faz tempo, porque independente do decorrer da trama você pode ter certeza que um filme romântico terminará em 'felizes para sempre' demonstrado das mais variadas formas. Alguns incluem a morte inesperada do mocinho ou mocinha, no final, ou no decorrer do filme (Um amor para recordar; P.s eu te amo), mas isso se tornou tão frequente que pode-se incluir uma 'subcategoria' chamada "romances dramáticos" ou "dramas românticos" no cinema moderno. E é clichê. Além desse gênero, você pode perceber que o clichê persegue ao lado do justiceiro, o vilão que matou sua família; O clichê é a voz que atrai a mocinha para o canto obscuro daquela casa/hospital psiquiátrico/floresta onde irá topar com um monstro/espírito/serial killer que acabará tirando sua vida da forma mais macabra (e clichê) possível; o clichê te chama de broto e te paga um refresco enquanto alguns figurantes dançam e cantam ao fundo músicas dos anos 50 e o clichê adora zumbis e alienígenas. Um filme com os dois não seria clichê.

Mas se em um filme tem alienígenas e crianças você pode ter certeza de que se trata de Spielberg. Afinal, foi o cara que inventou a "subcategoria" aliens+crianças e ainda consegue fazer filmes sensacionais até hoje, como Super 8. O diferencial do clichê alienígena nesse filme é justamente a forma 'inovadora' que ele é desenvolvido. E quando digo inovadora, não quero dizer sem noção ou fora da realidade (relatando que nesse caso a realidade abrange alienígenas). Qualquer um pode fazer um clichê alienígena, mas poucos podem tornar um clichê alienígena legal. E acreditem, Super 8 é muito legal.

A história que todo mundo conhece: Um menininho descobre que o Estado Norte-Americano mantem uma criatura extraterrestre aprisionada. Essa criatura foge e tenta voltar pra casa; os EUA tentam impedir e entra em cena o clássico clichê Aliens x Humanos; o menino faz amizade com o Alien; o Alien vence o exercito norte-americano e volta pra casa; o menininho fica com a sua namoradinha e faz as pazes com o pai. E junto com o 'felizes para sempre' há uma trilha sonora 'trilegal', uma fotografia incrível e um elenco pra ninguém botar defeito. E olha que entre os protagonistas se encontra Elle Fanning, que anda se mostrando um tanto quanto mais talentosa que a irmã (mas levem em consideração a minha birra pela Dakona Fanning desde sua participação em Lua Nova).

Super 8 é, nos tempos atuais, um dos filmes mais legais sobre alienígenas. Principalmente se você procura um filme que foque tanto quanto, ou mais, na história por traz das criaturas extraterrestres feitas com um 'show de efeitos especiais' , e quer muito mais que cenas de ação computadorizadas. Digno de clássico da Sessão da Tarde, sem ironias ou malícias. A Sessão da Tarde teve um papel deveras especial na vida de muita gente... Incluindo a minha vida.